Petrolândia, a cidade submersa!

Quando escutei uma grande amiga falar da igreja submersa da cidade de Petrolândia, a curiosidade sobre o que aconteceu nesse pedacinho do sertão pernambucano foi ativada! Pesquisei sobre a história, os motivos da submersão e a realidade atual desse lugar tão singular, e agora trago para vocês um pouco do que aprendi e vivi!

Por que, afinal, a igreja ficou submersa?

Esse inusitado cenário foi se formando em meados da década de 80, quando a velha Petrolândia foi submersa pela inundação provocada com a construção da barragem de Itaparica – Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga. A justificativa era de desenvolvimento e prosperidade para a região, mas o fato é que a ação mudou toda a estrutura da cidade, até então edificada onde hoje o rio São Francisco faz morada. A população teve que se mudar para as margens da BR – 316 e recomeçar a cidade que atualmente é popularmente conhecida como Nova Petrolândia. Esse episódio, obviamente, não foi recebido de bom grado pelos moradores. Muitas pessoas relutaram em aceitar a mudança e seguir para alguns quilômetros de distância. Bom, com a inundação, as casas sumiram, mas duas coisas despontaram das belas águas: as árvores e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que até hoje resiste linda e emblemática! A maior parte da estrutura está a quase 10 metros de profundidade, mas o que ficou à mostra vale a pena a visita! Simbora conhecer? 🙂

Como chegar lá?!

A nossa viagem começou a partir de Recife, em um trajeto que durou, aproximadamente, 7 horas. Cometi o erro de não avaliar o custo benefício do caminho que o Google Maps definiu como mais viável, e aí já viu, né?! Perrengues! Fica a dica para você: destinos de estrada merecem uma pesquisa mais apurada das condições de segurança, não só da qualidade da via, mas sobre os perigos iminentes dos arredores. A opção escolhida, com 76km a menos de distância, incluía a passagem pelo famoso “polígono da maconha”, região do sertão pernambucano largamente conhecida pelos perigos de assaltos e pela ausência de postos e residências em grande parte da estrada. Não recomendo a utilização deste caminho, principalmente se a viagem for feita exclusivamente por mulheres. Quando cheguei à cidade, os moradores locais informaram que durante o dia os riscos são menores, mas ainda assim não aconselharia optar por esta estrada, já que um simples pneu furado representaria um problema de difícil resolução. No mapa abaixo, você pode conferir que o google sugere o caminho mais curto, mas ele não é o melhor, tá? Pode seguir o caminho em cinza e ser feliz. 🙂

Hospedagem

Por incrível que possa parecer, a hospedagem não foi tão simples de encontrar. A dificuldade em falar com alguns estabelecimentos foi grande, mas o desejo de viajar é sempre maior 😛 hahaha! O problema foi que os números de telefones disponíveis no Google e/ou Instagram não condiziam com os atualmente utilizados pelos estabelecimentos. Na busca por ajuda cheguei até a falar com a Prefeitura de Petrolândia, mas quem realmente foi a chave para a resolução foi o perfil do Instagram @vivalandia. Eles foram super atenciosos e nos indicaram a hospedagem que considero ser a melhor da região. Ela simplesmente fica na beira do rio, exatamente onde saem os catamarãs para o passeio que leva à igreja. O local se chama Chalés Paulinelly e está em fase de expansão, com novos quartos e uma piscina sendo construídos. A pousada é simples, mas confortável, parece mesmo casinhas individuais e possui estacionamento para um carro cada uma. Se você estiver em grupos maiores, não se preocupe, o local é espaçoso e existem outras áreas para estacionar veículos.
O quarto é grande e o banheiro também. O café da manhã é servido na área comum e é gostoso!
A diária custou R$ 150,00, com pagamento antecipado de 50% do valor da reserva.

Contato Chalés Paulinelly:
– Fábio – 82 999482845

Nessa busca por pousadas, também consegui o telefone de outras duas, anota aí para caso o Chalés Paulinelly esteja lotado:
Pousada Atenize – 87 999390745
Pousada Duque – 87 999545981

Igreja do Sagrado Coração de Jesus

Para chegar até a igreja você precisará ir de catamarã, barquinho ou lancha. Qual seria a melhor opção? Isso vai depender da sua preferência, da quantidade de pessoas que estarão com você e do quanto você pode gastar. Eu, antes de chegar lá, estava certa de que optaria pelo passeio de catamarã, porque é a opção mais barata (o custo dele é de R$ 50,00 por pessoa). Mas chegando lá, descobri que, infelizmente, ele não permite a parada para banho e tampouco adentra a igreja. Como aqui nossa missão é descobrir os caminhos para facilitar a sua viagem, assim que cheguei na cidade fui almoçar no restaurante do Samyr, que fica bem próximo aos Chalés Paulinelly! O local é espaçoso e simples e tem uma belíssima e privilegiada visão do Rio.

Por lá, em conversa com o dono, que é também o guia de mergulho mais conhecido da região, descobri que ele oferece os passeios e que o barquinho entra na igreja (tudo que eu queria ouvir!). Ele também trabalha com lanchas, caso você esteja com mais pessoas mas não queira ir no catamarã! Eu sou suspeita, mas a experiência no barquinho foi sensacional. Nele estávamos eu, uma amiga e nosso querido barqueiro Nilson, que trabalha para o Samyr e foi um querido, parou na igreja sem pressa e com todo o cuidado necessário. O passeio no barquinho custou R$ 200,00 e incluiu a parada na Ilha de Rarrá (no final do post você poderá conhecê-la) para passarmos o dia.

Contatos Samyr:
– Instagram @samyroliveirasouza
– Tel: 87 – 999672849

Calma que tem mais!

Nem só da igreja submersa vive Petrolândia! Pertinho da igreja você será levado (independente do transporte que escolher) à Ilha de Rarrá! É que quando você contrata os passeios que levam à igreja, já está incluso o roteiro pela ilha. Queee lugar sossegado e lindo! Não costuma-se falar muito sobre ela, já que a igreja é o cartão postal que tomou conta das redes sociais, mas esse pedacinho de terra no meio do Rio São Francisco vale a visita, viu?! Águas cristalinas e refrescantes para um banho, descanso e ótimos petiscos. Isso mesmo, tem um barzinho na Ilha que serve comidinhas deliciosas, pode ir sem medo de ser feliz e aproveitar a receptividade do local! Ah, inclusive foi por lá que carimbamos nosso passaporte pernambucano 🙂

Além da Ilha de Rarrá, a cidade de Petrolândia também oferece dois mirantes para você apreciar o pôr do sol e a linda paisagem do Rio São Francisco! Confere aí:


Mirante da Serrota

O mirante fica na zona urbana, muitíssimo perto dos Chalés Paulinelly. Se você estiver com disposição, vale uma caminhada, mas caso não esteja, o local oferece bastante espaço para estacionar veículos, bicicletas e motos. A vista de lá é muito bonita! É possível ver diferentes pontos da cidade e uma privilegiada visão do Rio São Francisco. Ah, para quem é religioso, por lá também é possível contemplar uma grande estátua de São Francisco de Assis, o padroeiro da cidade.


Mirante do Padre

Este mirante demanda um pouco mais de energia! É porque para chegar nele é preciso passar por uma trilha simples, mas que demanda cuidados. O percurso dura em torno de 30 minutos, e lá de cima é possível ter uma belíssima visão do rio. Ele não fica dentro da cidade, por isso é necessário percorrer 18km até a comunidade Brejinho de Fora, onde fica a “entrada” da trilha. Neste caso é melhor seguir com um guia! Indicamos o Clébio Manoel, muito atencioso e cheio de histórias da região. Ele cobrou R$ 40,00 por pessoa em um passeio que durou, aproximadamente, duas horas.
Contato Clébio: +55 87 99913-6393

2 comentários em “Petrolândia, a cidade submersa!”

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