As belezas do Jalapão!
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Jalapão por Malu
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Localizado no Tocantins, estado da região Norte do Brasil, é mais conhecido pelo Parque Estadual do Jalapão, um instrumento de conservação que foi criado para proteger ecologicamente a região. Tem quase 35 mil quilômetros quadrados e fica entre os municípios de Mateiros e São Félix do Tocantins, tendo também atrações nos municípios de Ponte Alta do Tocantins e em mais outros 6 que compõem o Parque. É tão grande que a área total é equivalente ao estado de Sergipe. Também fazem parte dos programas de proteção local a Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, a APA Serra de Tabatinga, o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins. Se liga no mapinha que ele vai te ajudar a entender a localização de cada atrativo:
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Como chegar?
Para chegar na região, a melhor forma é ir de avião até Palmas e fazer o resto do percurso de ônibus até as cidades que fazem parte do Parque. Há empresas que fazem espécies de expedições, com todo um circuito planejado para que você possa chegar nos principais atrativos de forma confortável e prática, sempre com o acompanhamento de um guia e com refeições incluídas (o que facilita bastante a experiência, pois muitos restaurantes trabalham apenas por reservas). Caso vá por conta própria e alugue um carro é bom ter em consideração que as estradas não são as melhores nem são bem sinalizadas, mas é essencial que seja um carro 4×4.
Conhecendo o Jalapão!
Primeiro vamos ao questionamento que eu fiz assim que cheguei por lá: de onde vem esse nome? hahaha O Parque tem esse nome curioso inspirado na flor Jalapa-do Brasil, espécie nativa que pode ser encontrada em toda a região e dizem ter propriedades terapêuticas e medicinais, também conhecida como “Chuveirinho”.
O fato é que se tornou um dos principais destinos brasileiros para o ecoturismo e turismo de aventura. Fazendo parte principalmente do bioma Cerrado, é um exemplo de que o Norte do país tem muito além da Amazônia a oferecer. Ganhou proporções maiores quando a novela da Rede Globo “O Outro Lado do Paraíso” foi gravada na região, o que ajudou a impulsionar o turismo local. Essa foto aqui, por exemplo, virou clássica por lá (mais embaixo você vai ver a treta que essa pedra furada causou):
Expectativa Realidade hahaha
Geograficamente, a região não deixa a desejar. Encontramos dunas quase alaranjadas que reluzem ao pôr do sol, nascentes, rios, lagoas, cachoeiras, serras e diversas formações rochosas que compõem um oásis natural, como alguns chapadões de até 800 metros de altura. Além da imensa quantidade de riachos de águas potáveis e cristalinas.
Paisagens completamente diferentes a alguns Km de distância
É também bastante famoso pelos fervedouros, espécies de poços de águas transparentes em tons azuis ou esverdeados que borbulham em algumas partes, tendo ao redor areias quase brancas e vegetação semelhante à Mata Atlântica. Sem falar nos animais típicos do Cerrado que circulam nos locais. São formados por nascentes de rios da região, totalizando 32 fervedouros. São paradas obrigatórias, pois de todo o mundo, só o Jalapão possui esse tipo de ambiente . Os mais famosos são os fervedouros do Alecrim, o Encontro das Águas, o Buritizinho e o Bela Vista, que pode chegar até a 35 metros de profundidade.
Fervedouro Bela Vista
O Jalapão é a principal atração turística do Tocantins e também atrai aficionados por esportes radicais e de aventura, como rafting, trilhas para caminhar e para bicicletas, rapel, trekking e canoagem. Inclusive já foi gravado um reality show internacional de aventura no parque, o Survivor: Tocantins. Por ser um destino remoto e bastante preservado, não é para qualquer um, pois é preciso se aventurar em horas de estradas de terra batida durante as locomoções pelas atrações – mas vale cada minuto! É rico em sua fauna, bastante característica e diversificada, com alguns animais icônicos brasileiros, como capivaras, raposas, tamanduás-bandeira, macacos, gambás, veados-campeiros, antas, jacarés, onças, cobras (cascavéis, jibóias e sucuris) e o mais recente símbolo da nota de duzentos reais, o lobo-guará; além das aves siriemas, urubus, emas, tucanos, araras-azuis e papagaios. Muitos desses animais podem ser avistados durante os passeios pelo parque e próximo aos fervedouros. Agora que você já conheceu um pouco da região, vamos à prática!
O que levar?
Em termos práticos, para os passeios, as recomendações são:
❤ protetor solar;
❤ proteção para os lábios;
❤ repelente para insetos;
❤ algum casaco leve na mochila;
❤ garrafa de água;
❤ lanches leves;
❤ tênis e sandália (usei sandália 90% do tempo)
❤ dinheiro em espécie
❤ roupa de banho
❤ toalha de secagem rápida
Isto porque apesar de a região ter temperaturas amenas, com média de 25ºC, elas podem ir dos 15ºC à noite no inverno e até 35ºC durante o dia no verão, e como as trilhas podem ser longas e por não haver muita estrutura durante os percursos é importante se manter hidratado. Outra dica dada por algumas agências é evitar ir com malas de rodinha, pois não é prático andar com elas nos caminhos de terra que por vezes aparecem. Em termos de pagamentos e compras, é bom levar algum dinheiro em espécie, pois muitos locais não aceitam cartões.
Quando ir?
Os melhores meses para visitar a região são Maio e Junho. Ainda não são considerados alta temporada (Julho e Agosto), o que lhe permite conhecer melhor os lugares sem muitas filas. Como também evitar o alto preço praticado na alta estação e com um clima mais ameno. Além disso não há muitas chuvas nessa época, fazendo com que as águas fiquem bem mais cristalinas. Lembrete de sempre: evite os feriados. Infelizmente era o único período que eu poderia ir e foi um pouco complicado, eu senti o peso dos locais mais cheios, inclusive com um super problema gerado pela aglomeração na Pedra Furada. Além das enormes filas para tirar a foto perfeita, pelo amor de Jah, ainda rolou uma agitação sinistra com uma outra Pedra que as pessoas foram tirar foto perto de uma colmeia. Eu estava pronta para ver o lindo pôr do sol, quando nossos guias informaram ao grupo que a qualquer momento ele poderia nos pedir para descer, pois um enxame estava zanzando pela área incomodado com a agitação e barulho. Prontamente nos abaixamos, silenciamos e aguardamos as instruções. Porém, devido ao feriado, éramos muitas pessoas e diversos grupos e agências diferentes. O que rolou? Nossos guias muito experientes da Jalapão100limites nos mandaram descer porque perceberam a agitação e o perigo iminente. Prontamente descemos, conforme instruído, e fomos para o carro em segurança. Infelizmente não foi todo mundo que ouviu, muitos preferiram ficar na fila da “foto perfeita”. Não demorou 15 minutos após nossa descida e escutamos os gritos e correria de vááááárias pessoas que foram atacadas pelas abelhas, precisando de internação, inclusive, e retornando para Palmas. Olha que loucura! Por isso, gente, sempre vale a pena lembrar: é PRIMORDIAL respeitar a natureza, seus espaços e a dinâmica, além de, obviamente, acatar as instruções dos guias. Por fim, é importante esclarecer que o ataque de abelhas não é um movimento corriqueiro na região, mas claro que, estando na natureza, estaremos sempre expostos à rotina dos animais. Fora isso, o resto do ano é perfeitamente visitável.
Ponta da Pedra para assistir o Pôr do Sol Saímos de fininho!
Comidas Típicas
As comidas típicas da região são comidas caseiras e simples, como carne de panela, galinha caipira, abóbora, macaxeira, carne de sol, arroz com feijão, assados, geralmente feitos em fogão a lenha e em panelas de ferro, principalmente nos povoados menores. Alguns restaurantes trabalham com reservas, importante ter atenção. Geralmente próximo aos fervedouros há restaurantes localizados em casas de taipa bem humildes, mas com excelente comida. Há bebidas típicas, como a cachaça feita da Jalapa, a fruta da planta que inspirou o nome da região, ou frutas do cerrado, que também servem para sucos, tal qual o abacaxi, acerola, cajá, maracujá, buriti e murici.
Uma curiosidade: Pablo Escobar, o famoso traficante de drogas que virou personagem de série na Netflix teve uma fazenda no Jalapão. O local, hoje abandonado, ainda é visitado por alguns turistas. Entretanto só restam hoje uma casa em ruínas e uma piscina. Além disso há uma pista de pouso no local, que era usada pelo traficante para chegar à região.
Atrações
A 310 km de Palmas, no leste do estado, a cidade de Mateiros (que tem esse nome devido à enorme quantidade de veados-mateiros no local) é palco de algumas das mais famosas atrações do Jalapão, como a Serra do Espírito Santo com seus mirantes e trilhas; os fervedouros; as Dunas alaranjadas; a Cachoeira do Formiga e suas águas cristalinas.
Cachoeira do Formiga
Uma nascente de águas verde-claras. Tem esse nome por causa do Rio Formiga. A pequena cascata termina em uma espécie de lago com águas esverdeadas rodeado por uma vegetação bem cheia semelhante à Mata Atlântica. Chega-se pela BR-225 em direção a São Félix, desde Mateiros, num total de 35 km de distância em estrada de terra. Pode-se acampar no local e a entrada não é gratuita, pois trata-se de propriedade privada.
Expectativa (de pertinho): ninguém na foto Realidade: um monte de genteno rolê! hahaha
Prainha do Rio Novo
Além dos esportes radicais, o rio oferece uma praia fluvial de areia branquinha, águas cristalinas e mata preservada próxima à Cachoeira da Velha. Importante ter cuidado, pois o rio tem correntes fortes. Há uma trilha que leva ao local desde a Cachoeira.
Situada a 152 km da capital, Palmas, no sul do Jalapão. Tem esse nome devido à queda de uma árvore ter gerado uma ponte para pedestres de forma natural. Aqui encontramos o Cânion de Sussuapara e a Pedra Furada.
Um dos locais mais visitados e procurados da região é a Cachoeira da Velha, uma cascata com 15 metros de altura e 100 de largura em formato de ferradura, a maior da região. Faz parte do Rio Novo e vista de cima o formato da cascata lembra o mapa do Brasil. O banho é proibido, por ser perigoso devido à força das águas, mas admirar é permitido: há um mirante e uma passarela com vista para a cachoeira. Há uma lenda que diz que o nome veio em homenagem a uma senhora que vivia próximo ao local e que, ao falecer, seu espírito ficou no lugar. Para ir para o local, vai-se de Palmas até Ponte Alta, pelas estradas TO-50 e TO-255.
Dunas alaranjadas
Dunas que chegam a quase 50 metros de altura de areia fina fazem parte dos locais preferidos para fotos locais, tanto ao nascer, quanto ao pôr do sol. Com trechos cortados por alguma vegetação e pequenos rios, são verdadeiros oásis, que inclusive serviram de cenário para o filme Deus é Brasileiro. De lá podemos visualizar os campos de capim dourado, a Serra do Espírito Santo e alguns lagos da região. Para chegar, basta ir de Palmas pela TO-255, são 282 km. É recomendada a utilização de veículos 4×4.
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Cânion Sussuapara
Fica a 12km da cidade de Mateiros e é um dos locais mais impressionantes do Jalapão, com águas cristalinas que escorrem pelos paredões de pedra com 12 metros de altura cobertos por vegetação. O acesso é super tranquilo, uma rápida caminhada e uma escadaria bem leve te separam desse lindo atrativo. O climinha lá embaixo é gostoso, com uma temperatura super agradável e com a deliciosa sensação de que você deu uma escapada dos barulhos do mundo e imergiu na paz.
Pedra Furada
Uma formação arenítica moldada pela erosão dos ventos há milhões de anos, ponto estratégico para apreciar o pôr do sol. Fica a 35 km de Ponte Alta. De lá é possível avistar o Morro Solto, uma formação rochosa gigantesca. Esse ponto ficou famoso por causa da novela (como a gente já falou lá em cima), e apesar da “loucura” que ficou por causa dessa procura, vale sim a visita com todos os cuidados que a natureza exige.
Fervedouro:
O fervedouro é “a menina dos olhos” do Jalapão. Foi por causa das suas águas transparentes e intrigantes (onde é impossível afundar) que a região caiu no gosto nacional. O fenômeno é conhecido como ressurgência, onde a água dos lençóis freáticos sai com tanta vazão que não nos permite submergir no “olho” do poço natural. Dá o play no vídeo e entende o “fervendo” 😛 :
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Muito legal, né?! Eu adorei! Existem vários por lá, mas os mais conhecidos são: Buriti, Buritizinho, Ceiça, Bela Vista e Alecrim. Eles ficam em áreas privadas, por isso cobra-se uma taxa para entrada. Normalmente o valor fica entre R$ 15,00 e 20,00 (referência 2019) por fervedouro, mas é bom verificar antes de ir e levar dinheiro trocadinho. Caso você vá com empresa de turismo, que foi o meu caso, não precisará pagar na chegada aos fervedouros, porque a entrada já estará inclusa na sua proposta. Indico a Jalapão 100 Limites, eles oferecem pacotes de dias fechadinhos com preços bem variáveis para adequar ao seu orçamento. Foi divertido DEMAIS estar com eles, com destaque para o guia fora de série e cheio de experiências, que se chama Raiffe. Pode procurá-lo que você não vai se arrepender!
E essa sorte? Um grupo que tinha drone filmou o nosso momento de curtição no Fervedouro Bela Vista e depois nos enviou. Pense na alegria! Registro guardadinho com muito amor e boas lembranças. ❤
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Dicas importantes!
❤ Escolha roupas confortáveis para os deslocamentos. A maioria dos passeios ficam distantes uns dos outros, leva-se um bom tempo dentro do carro em estrada trepidante.
❤ Os fervedouros normalmente têm tempo de banho definido, então aproveitem esse momento tão rápido e raro para aproveitar essa sensação deliciosa. Muita gente fica tirando mil fotos nas escadas de entrada e perde o precioso tempo de mergulho.
❤ Escutem os guias e suas recomendações. É muito importante ficar atento às mudanças de cenário da natureza.
❤ Se você for por conta própria, faz antes o download do mapa da região, tá?! É difícil ter sinal em algumas partes, por isso é ideal estar preparado para essa possibilidade. Quando estive por lá, a companhia telefônica que melhor atendia a região era a Claro.
❤ Fora isso: coração, olhos e ouvidos atentos ao que a natureza te preserva. Aproveita! ❤