Ilha do Ferro

Esqueça o conceito de ilha que vem à sua cabeça. A pequenina e charmosa Ilha do Ferro não se trata, exatamente, de uma ilha mas, segundo os locais, leva esse nome por duas prováveis causas:

1º Porque quando chove bastante o acesso fica comprometido, deixando, assim, o moradores “ilhados”

2 º Seria uma referência à uma pequena ilha, chamada “Ilha dos Anjos”, que fica na margem oposta do Rio São Francisco. Essa aqui ó:

Como chegar?

Sendo Ilha ou não, a belezura e lindeza deste lugar permanecem inalteradas. Para chegar lá, levamos, aproximadamente, 6 horas. A saída foi de Recife – PE, e a estrada está boa na maior parte do tempo. Utilizamos a BR-232 e depois a BR – 423, onde você passará próximo à Paranatama e Águas Belas, ambos municípios pernambucanos. Na sequência a estrada indicará a entrada para cidade de Ouro Branco (AL -130), neste trecho da estadual identificamos alguns buracos, preciso maior atenção e cuidado. A distância total percorrida foi, em média, de 430 Km.

A estrada começa a ficar um pouquinho mais complicada quando adentramos no município de Pão de Açúcar/AL – cidade que abriga o vilarejo – e pegamos um trecho de aproximadamente 15 km de estrada de terra. É bom pesquisar, um pouco antes da sua ida, se, devido a períodos chuvosos, o caminho está livre e seguro, tá? Tirando esta possibilidade, zero estresse! É só pegar o carro e partir. 😀

Onde ficar?

Considerando que a Ilha do Ferro tem, em média, 500 habitantes, acho que é um dos locais que mais tem hospedagens legais por metro quadrado. Fiquei em uma das 5 casas que ganhou meu coração no Airbnb, mas por lá você encontrará outras opções tão boas quanto e eu deixarei aqui o link de todas elas:

Clique aqui para ver todas as casas da Ilha disponíveis no Airbnb

Clique aqui para ir direto para a casinha que eu escolhi!

Essa casa ganhou meu coração porque a decoração dela é recheadíssima de itens dos artesãos locais, e como eu já queria entender como era o trabalho de cada um, ficar hospedada nela me deu uma ótima noção de que caminho seguir na cidade e quais dos artistas eu iria priorizar. Uma verdadeira curadoria!

A casa é uma delícia mesmo e está bem conservada! Adorei a vista e o chuveirão que tem lá para refrescar o calor do sertão!

O que fazer na Ilha?

Aposto que quando você pensa em Ilha associa a praia e sol, não é? Aqui não. A água é doce e, apesar de linda e deliciosa, não é prioritariamente por ela que os turistas visitam este inusitado povoado. O “carro chefe” são os artesãos. Como mencionei no tópico anterior, não me diz de rogada, eu fui atrás da fama dos artesãos da Ilha. Sim, isso mesmo, quase todo mundo no povoado vive da produção de lindíssimas peças que são vendidas pelo mundo todo. Aposto que você já viu alguma por aí e nunca sonhou que era da Ilha do Ferro!

A regra aqui é “perambular”. Caminhar e adentrar na casa dos moradores artesãos, batendo palma e pedindo licença. Não tem muita cerimônia, é a típica vivência do interior. Se você tem dúvidas de como identificar o ateliê dos artistas, não se preocupe, as casas são identificadas na parede externa com a campanha “Aqui tem Alagoas feita à mão”, como essa rosinha aqui que fotografei para você:

Onde comer?

Neste ponto, a Ilha não tem muitas opções, tá? Existe o restaurante que fica na casa e pousada de Aberaldo, um dos artesãos locais, mas eu não fui, não posso falar da qualidade.

Eu indico fortemente que você leve comidinhas e/ou compre no mercado local e aproveite para cozinhar e comer com a belíssima vista do rio. O barqueiro Dedé (79- 99962-3252), muito gente boa, também pode ajudar com o pedido de peixes e demais comidas típicas da região.

A Ilha vive só de arte? Anota essa dica!

Não é só de arte que vive a população ribeirinha. É possível, também, fazer alguns passeios de barco pela região. As duas principais opções são:

Passar parte do dia na Ilha dos Anjos tomando um bom banho em águas cristalinas;

Ou, graças a localização geográfica da Ilha, pertinho do estado de Sergipe, conhecer a outra costa. Inclusive, os moradores locais usam a rede de telefonia com código de área (79) – Sergipe e não (82) – Alagoas. Então, já que estamos assim pertinho, não custa atravessar a margem e conhecer também as belezas de lá, né?! O barqueiro Dedé (79- 99962-3252), bem conhecido por lá, me levou para um passeio de barco com direito a almoço DELICIOSO, com preço justo e uma vista linda nas margens sergipanas do Rio São Francisco. Olha o visual:

Para fechar, algumas imagens desse lugar que conquistou o coração. A simplicidade que encanta!